Nasceu em Coimbra, em 1984. É artista, pesquisadora e professora.
Ao utilizar uma variedade de linguagens artísticas, como a fotografia, desenho, escrita, som, colagem, escultura, instalação, site-specific ou performance, a artista procura construir um corpo de trabalho em torno de conceitos como fronteira, lugar, identidade, pertencimento, viagem e migração, aos quais está ligada pela sua experiência autobiográfica de desterritorialização. Coimbra, Lisboa e São Paulo, são cidades nas quais se reconhece e que fazem parte dessa identidade fragmentada, tatuada de viajante. A imagem, a palavra, o espaço como matéria, o corpo, aparecem muitas vezes nos seus trabalhos como forma de expressão de uma profunda ligação à Natureza, aos lugares que habita, a uma arqueologia da memória e do tempo.
Em 2009, com o projecto “Simbioses”, recebeu o prémio BES Revelação, na sequência do qual, teve o seu trabalho apresentado na Fundação de Serralves, Porto e no BES Arte & Finança, Lisboa, em duas exposições com curadoria de Aida Castro. Desde então participa em exposições nacionais e internacionais, das quais se destacam ainda as individuais – “Entre Manhãs”, 2024 – curadoria de Estefânia r. – Casa-Museu Bissaya Barreto; “Interstício”, 2023 – curadoria de Miguel von Hafe Pérez – CAV – Centro De Artes Visuais; e colectivas: “Entre o Céu e a Terra” (2022) – Coleção AA – Igreja das Domínicas – exposição integrada no evento 15 Anos de MACE, Elvas; “Zoom In Zoom Out – Diálogos das Imagens com o Real”, 2022 – curadoria de Isabel Calado e Lúcia Saldanha – MNAC, Lisboa; “Chama Plural” 2016 – curadoria Isabella Lenzi – Consulado Geral de Portugal em São Paulo; “51 Passos”, 2011 – curadoria de José Spaniol – Paço das Artes, São Paulo, entre outras.
Desde 2023 que tem vindo a desenvolver em co-autoria com Lilian Walker (artista visual) e Rita Maria (compositora e cantora) um novo corpo de trabalho no campo da investigação e criação, com foco nos cruzamentos entre áreas artísticas e processos de improvisação. Desta parceria já resultaram “Som e Gesto em Síntese do Existir”, (2023), “Sonoridade Tacti”,(2023), “A Voz é Sítio de Existência” (2023) e “Tangente”, (2024). Desde 2009 que Inês Moura desenvolve trabalhos pontuais em co-autoria, dos quais se destacam os projectos “Projecção de Bolso”, 2009 (vídeo) com Maura Grimaldi, obra que integra o acervo do CAPC; “Batalha-Naval”, 2014 (site-specific para as carpintarias da Carris em Lisboa) com Maria Sassetti; “Comer a Montanha”, 2022 (desenho-instalação) – com Helena Ferreira e Marcelo Moscheta; “Ciranda”, 2023 (site-specific e performance para a Antiga Manutenção Militar de Coimbra), com Luísa Bebiano, Nuno Maia e design de som de Henrique Vilão.
É licenciada em Belas Artes – Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa – FBAUL (2009) e Mestre em Artes – Poéticas Visuais e Procedimentos Artísticos pelo Instituto de Artes da Universidade Federal Paulista – IA-UNESP (2013), onde defendeu a dissertação “Entre Portugal e São Paulo um percurso artístico em construção”. De 2011-2013 foi membro do Grupo GIIP: Grupo de Pesquisa Internacional e Interinstitucional de Pesquisa em Arte, Ciência e Tecnologia – IA-UNESP – segundo a orientação de Rosangela Leote. Entre 2009 e 2011, integrou a equipa editorial e de produção do 4° número da revista MARTE – Da Criação Artistica à Intervenção Espacial” – com coordenação editorial: Sara Antónia Matos.
Após quase 12 anos a residir em São Paulo, Brasil, onde desenvolveu igualmente a sua carreira na área da arte-educação como professora e mediadora, regressa a Portugal em Novembro 2020 e passa a estar quase exclusivamente dedicada à criação artística no seu atelier.
O seu trabalho está presente em coleções privadas como AA CONTEMPORARY ART COLLECTION, Isabel e Carlos Mimoso Collection, outras colecções particulares e públicas, CAV – Centro de Artes Visuais e Círculo de Artes Visuais de Coimbra.
É professora no Master em Fotografia Artística.