A 22ª Bienal de Fotografia, um dos eventos fotográficos mais antigos do país, seleccionou 11 projectos de entre todas as candidaturas apresentadas, entre eles, os de Bruno Silva, João Baptista e Rodrigo Vargas, que desenvolveram os seus projectos durante o Master em Fotografia Artística do IPCI.
A Bienal está a levar dezenas de pessoas à cidade do distrito lisboeta para ver as exposições e para participar em debates e workshops, entre outras actividades. As exposições curadas por Ana Rito «Não Olhamos Duas Vezes a Mesma Imagem», patente na Fábrica das Palavras, e «Diante-Dentro», no Museu Municipal, expõem a obra de Gary Hill, Pierre Coulibeuf, Batia Suter, Marcelo Moschetta, Noé Sendas, Henrique Pavão, Manuela Marques, Os Espacialistas & Gonçalo M. Tavares, Rita Castro Neves & Daniel Moreira, Raquel Melgue e Paulo Lisboa.
São duas das três exposições que compõem o programa. No Celeiro da Patriarcal está montada a principal, onde podem ser vistos os 11 trabalhos seleccionados para os prémios atribuídos pela bienal, entre eles, os três dos nossos antigos alunos. O Conselho de curadores para estas exposições esteve formado por Pauliana Valente Pimentel, Sofia Nunes e o artista e gestor cultural Cláudio Garrudo, formador no Master em Fotografia Artística no IPCI de Lisboa.
Nesta vertente de premiação, os trabalhos seleccionados foram apresentados pela representante do Conselho de Curadores, Sofia Nunes, que salientou o número elevado de candidaturas submetidas, cerca de 68, embora apenas 11 tenham sido aceites. Os trabalhos escolhidos foram avaliados em dois critérios, a competência técnica e o interesse artístico das propostas apresentadas.
Entre eles, podemos ver três projetos de artistas formados no Master em Fotografia Artística do IPCI. João Salgueiro Baptista foi selecionado por «Abismo», uma série fotográfica que se decompõe ao longo de uma seleção minuciosa de imagens e se apropria do real retratado e de tudo aquilo que se pode agarrar enquanto potencial fotográfico.
Rodrigo Vargas expõe o seu projecto «Delta», um documental feito no Ribatejo, um território com uma forte tradição, no que as suas gentes mantêm-se fiéis a costumes e celebrações nas várias gerações. É uma terra de contrastes, em que a vida moderna e a tradição vivem lado a lado, transformando o território neste misto de coisas quase antagónicas.
Ainda podemos ver, no mesmo espaço, a exposição do que é possivelmente o nosso artista que mais se têm visibilizado no circuito expositivo nacional e internacional, Bruno Silva, que foi distinguido com a Menção Honrosa da Bienal por «Ermo», um projeto entre o documento e a representação que pretende ser um mapeamento sensorial de um território distante na memória. Abordando e rodeando questões entre o lar e a casa, o subúrbio e a infância, a forma e o símbolo, tentando criar um universo onírico, ambíguo e acima de tudo interpretativo.
As exposições da Bienal de Vila Franca de Xira estarão patentes até 15 de Janeiro de 2023. A apresentação do evento decorreu no Museu do Neo-Realismo, onde foram apresentados o programa curatorial e as candidaturas seleccionadas para a vertente de premiação nas categorias “Bienal”, “Concelho” e “Tauromaquia”.