Rodrigo Vargas foi nomeado com a Menção Honrosa pelo seu projeto «Delta», com o que também ganhou a Bolsa Emergente 21-22, que convoca o IPCI cada ano para frequentar o Master em Fotografia Artística. Rodrigo aproveitou este curso para debruçar-se sobre o trabalho que hoje é reconhecido públicamente.

Rodrigo Vargas desenvolveu o seu projeto «Delta», um documental feito no Ribatejo, durante o Master em Fotografia Artística do IPCI. O projecto está ligado ao território com uma forte tradição, no que as suas gentes mantêm-se fiéis a costumes e celebrações nas várias gerações. É uma terra de contrastes, em que a vida moderna e a tradição vivem lado a lado, transformando o território neste misto de coisas quase antagónicas.

As cidades que emergem ao lado das antigas metrópoles costumam enfrentar desafios significativos e passar por experiências complexas: caos urbanístico, alta densidade de construções, síndrome de cidade-dormitório, marginalização social, relações precárias, falta de infraestruturas de transporte eficientes… As cidades ou regiões que não estão tão próximas nem tão distantes, como é o caso do Ribatejo em relação a Lisboa, apresentam características adicionais que são difíceis de definir, pois são menos tangíveis, menos evidentes e mais difusas.

Em “Delta”, Rodrigo Vargas habilmente transmite a sensação de desolação e vazio, ao mesmo tempo que nos envolve em tradições e na riqueza humana. Ao explorar o Ribatejo de forma serendipitista, ele encontra rostos, histórias e paisagens que acrescentam novas camadas de interpretação a um território fragmentado, árido, desconfortável e incoerente, mas também familiar, íntimo e capaz de se reinventar – um território capaz de oferecer generosidade.