A Bienal de Fotografia do Porto 2025 está em marcha, com 16 exposições, 51 artistas e 14 curadores a ocupar diferentes espaços da cidade. Entre tantas propostas, quatro têm ligação direta ao IPCI, duas assinadas por professoras do Instituto e duas por antigos alunos do Master em Fotografia Artística.
Com o mote AMANHÃ HOJE, a Bienal de Fotografia do Porto afirma-se como uma plataforma de pensamento e ação ancorada no presente. A programação propõe práticas artísticas e colaborativas que interrogam o tempo que vivemos e ensaiam possibilidades futuras, cruzando investigação, curadoria e ação pública. Distribuído por quatro plataformas — CONECTAR, SUSTENTAR, VIVIFICAR e EXPANDIR — o evento abre espaço a artistas em início de carreira e consagrados, promovendo encontros entre diferentes territórios, comunidades e redes internacionais.
“O tempo das cerejas” de Lara Jacinto. Museu Nacional Soares dos Reis
Professora no IPCI, Lara Jacinto apresenta um retrato intenso e sensível das comunidades migrantes recém-chegadas à região do Douro. O seu trabalho, desenvolvido em residência no âmbito do projeto ViViFiCAR, destaca as tensões entre visibilidade e pertença num território historicamente marcado pela emigração.
“Rizomas” de Joana Dionísio. Estação de Metro de São Bento
Também professora do IPCI e antiga aluna do Master em Fotografia Artística, Joana Dionísio reflete sobre práticas comunitárias no Geoparque Algarvensis, onde o ativismo social se torna ferramenta de transformação ecológica e social. A exposição, integrada na plataforma SUSTENTAR, propõe uma leitura visual sobre interdependência e construção de futuro sustentável.
“Urbanário” de Carlos Trancoso. Casa do Infante
Antigo aluno do Master em Fotografia Artística, Carlos Trancoso apresenta uma leitura visual sobre o Porto BioLab, um laboratório florestal urbano. O projecto, também inserido na plataforma SUSTENTAR, observa como as cidades podem regenerar-se em diálogo com os ecossistemas.
“Não vejo cor” de Odair Rocha Monteiro. Maus Hábitos
Nesta exposição, Odair Rocha Monteiro — também formado no Master do IPCI — explora as camadas da expressão “não vejo cor”. Através de uma linguagem visual que mistura fotografia e cinema, o artista questiona neutralidades e modos de ver, propondo uma reflexão crítica sobre identidade racial. O trabalho integra a plataforma EXPANDIR.
A Bienal de Fotografia do Porto 2025 é um convite a percorrer a cidade com outros olhos. Das ruas do centro histórico a espaços subterrâneos, passando por museus, centros culturais e locais de criação artística, o evento oferece um retrato plural da imagem contemporânea. As quatro exposições ligadas ao IPCI são apenas uma parte deste grande mosaico, mas revelam o lugar que o IPCI tem vindo a conquistar no panorama da fotografia nacional. Para quem quer acompanhar a produção dos nossos docentes e alumni e os caminhos da imagem hoje, é uma oportunidade imperdível.